Orla do Rio Branco
Prefeitura quer demolir três prédios
CYNEIDA CORREIA
Editoria de Cidade
Uma área de lazer, criada como objetivo de realçar o encanto da paisagem e ampliar a convivência da população com o rio Branco, pode virar caso de Justiça.
A negociação entre a Prefeitura Municipal de Boa Vista e os proprietários dos prédios onde ficam localizados a Colônia de Pescadores, o restaurante Macuchick e o Centro de Artesanato não anda bem. Os donos dos locais ameaçam entrar na Justiça, caso sejam obrigados a saírem dali para que a orla seja construída.
O presidente da Colônia de Pescadores, Pedro Pereira Filho, garantiu que se a negociação não evoluir, eles entrarão com uma ação para garantir o direito de permanecerem no local.
“A Prefeitura ofereceu um valor pelos prédios que consideramos muito baixo. Então, fizemos uma contra-oferta e agora vamos aguardar o resultado da negociação. Se for o caso, vamos entrar na Justiça para garantir nossos direitos”, explicou Pereira.
A Prefeitura está oferecendo R$ 340 mil para os pescadores pelos dois prédios: um onde funciona a colônia e o outro onde existe uma peixaria, também pertencente à associação.
“Nós fizemos uma assembléia geral e não aceitamos a oferta. Uma comissão foi formada pelos pescadores para negociar com a Prefeitura e resolvemos pedir um prédio que fica próximo à beira do rio, no bairro Calungá e mais algum dinheiro de volta pelo negócio. Agora estamos aguardando a resposta deles para continuarmos as negociações”, disse o presidente.
Segundo os pescadores, o setor jurídico da prefeitura, que está responsável pelas negociações, deve dar uma resposta em 15 dias sobre a proposta apresentada.
ORLA – A Folha entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Boa Vista para obter maiores informações sobre o impasse, mas não obteve resposta. A assessoria afirmou que somente hoje irá se pronunciar sobre o assunto.
No site oficial da Prefeitura, o Projeto Orla é colocado como um dos programas especiais implementados pela gestão da prefeita Teresa Jucá (PPS). O projeto de recuperação da orla tem como objetivo valorizar o potencial turístico da cidade. A obra tem 405 metros de extensão e começa no Monumento aos Pioneiros, indo até à rua Floriano Peixoto.
O espaço terá píer com calçadão suspenso, áreas de balneário e de atracação de barcos, lanchonetes e quiosques. A Prefeitura acredita que o projeto deve gerar 100 empregos diretos e pelo menos o triplo em empregos indiretos. Atualmente, as equipes estão concluindo a concretagem das quatro plataformas de sustentação.
A primeira etapa da obra, de colocação das vigas de sustentação, está sendo a mais demorada. Cada viga tem alicerce com profundidade de cinco metros. A assessoria de comunicação não confirmou se é verdadeira a informação de que uma das colunas de sustentação está com problemas.
Na obra, nenhum dos trabalhadores quis falar sobre o assunto e os membros da Associação de Pescadores também não sabem informar a veracidade da notícia.
“Não ouvimos falar que nenhum pilar tenha caído, mas como ninguém pode entrar na obra é difícil saber o que acontece”, afirmou Pedro Filho, da Colônia de Pescadores. (C.C)
quarta-feira, fevereiro 18, 2004
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