quarta-feira, março 10, 2004

..., 10 de março de 2004

Governo discute projeto da orla de Salinas com a comunidade local

A arquiteta Carmem Cal expõe os detalhes do projeto da Orla do Atalaia na Câmara dos Vereadores

Uma equipe de técnicos da Secretaria Especial de Integração Regional apresentou, na última terça-feira (09), em Salinópolis, o pré-projeto de urbanização da orla da praia do Atalaia, na Câmara de Vereadores daquele município. Participaram da reunião o prefeito Di Gomes, vereadores, barraqueiros e representantes de associações comerciais e artesãos. A idéia era expor o projeto e ouvir as sugestões da comunidade local.

A coordenadora do projeto, Carmem Cal, disse que o governo elegeu o turismo como uma de suas prioridades para geração de emprego e renda. Segundo ela, nenhum produto turístico sobrevive de suas belezas naturais. "É preciso infra-estrutura para despertar a vontade de voltar no turista. Mas não depende só do governo e sim da população local para que esse projeto se torne realidade e se mantenha no futuro", afirmou. "É um projeto sonhado por todos nós. É uma realidade para nossa cidade. É o que ela sonha há muito tempo", disse o prefeito.

Está prevista para a orla de Salinas a construção de um calçadão com 3,6 mil metros quadrados de área, com seis conjuntos de barracas (cada uma com quatro restaurantes), três barracas médias para quatro lanchonetes em cada, tendas para feira de artesanato, um prédio para a Secretaria de Saúde do Estado e outro para o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, barracas para venda de água de coco, espaço para ambulantes (como carrinhos de pipoca e churros), área para brinquedos e equipamentos de ginástica, lagos, coretos e bancos.

A coordenadora esclarece que não haverá impacto ambiental na área. As duas dunas que se encontram nesse local serão preservadas e irão compor o ambiente. Ela afirma que a proposta do governo é contribuir para a não poluição da praia e conservação de suas belezas naturais. As 24 barracas existentes serão agrupadas nos espaços planejados pelo governo para oferecer maior conforto aos banhistas e aos barraqueiros, além de proporcionar um melhor visual da praia e apresentar melhor higiene.

Carmem afirma que, dividindo o mesmo espaço, os quatro restaurantes terão possibilidade de economizar em energia, água e dividir a manutenção dos banheiros, sendo um feminino, um masculino e dois para portadores de deficiência física de cada sexo. As barracas também terão dois chuveiros externos centralizados em cada lateral, na direção dos banheiros.

Além disso, a proximidade de um restaurante do outro é boa para os negócios. "Gente atrai mais gente. Estamos criando uma ambientação que vai agradar os adultos, as crianças, os homens e as mulheres", afirma, dizendo ainda que os veículos permanecerão na praia, pois eles são responsáveis por grande parte da venda dos barraqueiros. "Nós temos que aproveitar o que a praia tem de bom e tirar proveito", disse.

Cada restaurante terá uma área coberta para as mesas e cadeiras e outra descoberta, próxima às jardineiras que demarcarão os limites do espaço da barraca. Para o barraqueiro, será destinada uma casa com dois pavimentos, sendo cozinha e área de serviço no térreo, e em cima, o depósito e alojamento para o proprietário.

Os restaurantes serão agrupados dentro de uma barraca de forma que a área de serviço e as churrasqueiras (feitas em tijolo com chaminé) fiquem voltadas para o centro da casa. Dessa forma, a pessoa que circundar a área, não verá o preparo das comidas, nem a separação do lixo, como ocorre hoje com quem anda por trás dos restaurantes. Cada barraca será disposta em posição diferente, para que em qualquer um dos restaurantes o usuário tenha uma visão de 90 graus da praia. Carmem diz que isso não seria possível se elas fosses colocadas uma ao lado da outra.

A coordenadora respondeu às dúvidas dos presentes, como a aquisição da nova estrutura dos restaurantes, o ponto escolhido para a feirinha de artesanato e o espaço destinado ao Corpo de Bombeiros. Carmem disse que o custo para os barraqueiros ainda está sendo estudado. Existe a possibilidade de doação ou de financiamento do governo ou ainda patrocínio de empresas privadas. "Haverá uma maneira de permitir o acesso às barracas. Não adianta fazermos um projeto, se ele não for para benefício de todos", disse. A coordenadora agendou também reuniões com a Associação dos Artesãos e Corpo de Bombeiros para discutir o melhor ponto para o trabalho deles no calçadão.

Os barraqueiros solicitaram também um espaço dentro das barracas para depósito de caranguejo, que nas férias e feriados chegam a 200 por dia. Outro barraqueiro solicitou ainda que fosse feito um sistema de distribuição de gás que contemplasse os restaurantes das barracas, com abastecimento feito diretamente pelo caminhão da empresa. Ele afirmou que os restaurantes usam de 5 a 6 bujões por semana. Carmem garantiu que tudo o que foi ouvido será analisado. Uma nova reunião será marcada para apresentar as alterações do projeto.

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